Pandemia e Saúde Mental
- Elaine Simões
- 29 de out. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 14 de set. de 2024

Nesses tempos de pandemia, as relações podem ser difíceis. Todos estão sob pressão, por múltiplos motivos.
Muitos pais estão tendo que lidar com os problemas escolares dos filhos.
Muitos adultos, pais ou não, tiveram que mudar sua rotina de trabalho. Alguns precisam trabalhar presencialmente, outros foram levados a trabalhar à distância, adaptando a casa ao trabalho e vice-versa.
Tudo é novo, confuso e um tanto ameaçador. Por algum tempo a recomendação era a higienização das compras. As máscaras foram imprescindíveis. Os contatos sociais foram identificados como o modo como o vírus se propaga, e entendemos que muitas pessoas podem estar assintomáticas e mesmo assim, podem contaminar outras.
Tudo é muito incerto. O noticiário é desencontrado, aumentando as dúvidas e temores. Alguns médicos se posicionam de determinada maneira, outros de forma oposta. As desavenças entre pessoas que deveriam se orientar a partir de padrões específicos torna tudo ainda mais distópico.
As crianças podem ter dificuldade na socialização e escolarização necessária devido ao distanciamento de outras crianças na escola e na família. As crianças podem sofrer pela ausência das brincadeiras com os colegas de escola, e da família.
Os idosos estão muito preocupados também, podem ter perdido amigos, ou estar com medo por serem o grupo de risco, e todo contato com a família pode gerar conflito. O contato com a família é desejado e necessário porém também pode ser arriscado e deve ser realizado com muitos cuidados.
Justamente quando mais nos sentimos frágeis e ávidos pelo contato lidamos com o bloqueio nestes contatos, pela necessidade de evitar por em risco a nós e àqueles a quem queremos proteger.
Os sentimentos e conflitos estão intensificados. O que incomoda a alguns, a outros é sem importância e assim o convívio pode gerar atritos inesperados e dolorosos.
Todo este contexto de dúvidas, temor e discursos desencontrados, contribuiu para gerar ansiedade, preocupações, irritação, entre outros sintomas psíquicos.

Felizmente hoje, depois de mais de dois anos de convivência com a pandemia, temos experiência e saberes sobre essa terrível ameaça. Estamos mais fortes, e vacinados também.
A pandemia teve um alto custo, mas aprendemos sobre a importância das políticas públicas no delicado cuidado do coletivo.
A vida vai voltando ao normal. Para muitos a perda de alguém querido jamais será esquecida, porém a vida segue.
Temos bem clara agora a percepção de que não somos apenas um indivíduo, um casal, uma família. Fazemos parte de um coletivo muito maior, e com o qual temos responsabilidades também.
Temos a grata chance de seguir em frente e fazer o melhor.
O que vc pensa sobre este assunto?